Tacaratu: Assentamento Antônio Conselheiro no estado de Pernambuco será o primeiro a usar energia solar na irrigação
Seis mini usinas de energia fotovoltaica serão instaladas no assentamento Antônio Conselheiro I, no município de Tacaratu/PE. O assentamento será o primeiro no estado a usar esse sistema de energia, fruto da negociação entre assentados, Incra e a empresa Enel Brasil.
Cada uma das agrovilas do assentamento receberá uma mini usina com capacidade de 2.500 quilowatts/mês, beneficiado as 300 famílias Antônio Conselheiro I que vão poder irrigar suas lavouras ao custo de energia reduzido. A previsão é que as primeiras unidades do sistema sejam entregues ainda no primeiro semestre de 2021.
“É uma grande conquista para os assentados. Trata-se de um processo que foi cuidadosamente construído pela Unidade Avançada Especial do Sertão, e conduzido pelo Incra/PE, no qual, todos contribuíram com esforço e diligência, principalmente a procuradoria especializada da autarquia e a área técnica, que nos possibilitaram total apoio e segurança jurídica para que os beneficiário possam receber de forma inédita, acredito que no país, um projeto desse tipo, mini usinas de geração de energia solar, esse é o espírito que temos buscado trabalhar, construindo parcerias para que possamos estar sempre levando benefícios e inovação para os assentamentos do estado de Pernambuco”, declara o superintendente do Incra, Thiago Ângelus.
Contrapartida
As usinas foram um pedido da Unidade Avançada do Incra em Petrolina a Enel, que tem um parque eólico instalado em uma área vizinha ao assentamento, como contrapartida social por permitir a utilização das estradas viciais da comunidade para o transporte de equipamentos e manutenção de suas torres.
Para a instalação dos sistemas será necessário o investimento de R$ 400 mil. A manutenção dos equipamentos ficará a cargo dos assentados, que serão capacitados por técnicos da empresa no local durante a instalação das minis usinas.
Cada agrovila conta com 50 famílias assentadas. Para a presidente da agrovila 02, a assentada Rozilma Maria de Lima Santos, este é um momento de muita alegria para toda a comunidade. “Estamos muito felizes porque iremos economizar em torno de R$ 1,7 mil mensais em conta de energia. Esse seria o custo da conta de luz da associação e dos poços de água que iremos usar para a irrigação das nossas hortas”, declarou.
De acordo com o assentado Auricélio de Souza Nunes, presidente da agrovila 01, o sistema fotovoltaico faz parte de um projeto maior, que inclui poços artesianos e adutoras que visam abastecer as agrovilas e o sistema produtivo do assentamento. “Nosso projeto vai além do sistema de energia solar, com a implantação de poços com bombas de água para as agrovilas e um sistema de adutora para os lotes de produção. Como ainda estamos trabalhando na implementação das outras duas partes, por enquanto iremos usar a energia no sistema de água que já temos, implantado com o Crédito Semiárido, que recebemos do Incra”, explicou.
Integração de políticas públicas
A partir de uma avaliação realizada no assentamento pelos técnicos do Incra foi elaborado um plano de ação, em conjunto com os trabalhadores rurais assentados, para a implantação de um projeto integrado, que seria composto por novos poços artesianos e a implantação de adutoras modulares, para melhorar o abastecimento das agrovilas, que viabilize levar água em quantidade suficiente para a produção e criação de animais nos lotes e, numa terceira etapa, possibilitar a criação de quintais produtivos no modelo Sisteminha, desenvolvido pela Embrapa Meio Norte, de Teresina/PI e divulgado pela UNIVASF ,tornando a vida dos agricultores familiares mais produtiva e sustentável.
Funcionamento
Os painéis solares vão produzir eletricidade fotovoltaica em corrente contínua, que passa por um inversor solar que converte essa energia em corrente alternada, que é a energia comumente usada nas casas e empreendimentos.
Os inversores entregam a energia produzida pelos painéis fotovoltaicos para a transmissão de energia nas linhas de alta tensão da operadora local que a distribui para a residência e/ou empreendimento.
Assim as mini usinas poderão ser conectadas aos transformadores das agrovilas e transmitida pelas redes de transmissão de energia e distribuída para o uso nas moto bombas e demais instalações das associações nas agrovilas. Importante mencionar que a energia não utilizada de imediato pelas associações e assentados, poderá ser acumulada para uso futuro, em até 5 anos.
Assessoria de Comunicação Social do Incra/PE/Blog Didi Galvão