PERNAMBUCO: Cineasta, moradora de Jatobá no sertão, fala sobre dificuldades, alternativas e vislumbres conectados à realidade de ser mulher
Articuladora da cultura pernambucana, Graciela Guarani é Produtora cultural, ativista, comunicadora, cineasta, curadora de cinema e formadora em audiovisual.
A jovem cineasta nascida na aldeia Jaguapiru, município de Dourados, no Mato Grosso Sul, e há dez anos moradora de Jatobá, Sertão de Pernambuco.
Ao Jornal do Comércio, nesta segunda-feira (08/03), Dia Internacional da Mulher ela falou sobre dificuldades, alternativas e vislumbres conectados à realidade de ser mulher em um corpo social marcado pelas chagas da misoginia.
Ela pontua que para os povos originários, debates a respeito de sexo e gênero costumar vir depois do que os sobre etnia.
“O processo de atravessamento é diferente. O que me atropela antes é o racismo, porque pertenço a um povo indígena no Brasil. A questão de ser mulher e periférica, além de indígena, se intensifica quando me aproximo do contexto urbano”.
Para Graciela Guarani, o audiovisual é instrumento com o qual põe lentes focadas nos povos indígenas, o que se reflete em roteiros, direção e curadorias, como a do festival Cine Kurumin, já na 8° edição.
GRACIELA GUARANI
Graciela Guarani nasceu na aldeia de Jaguapiru, no Mato Grosso do Sul, onde vive o povo guarani kaiowá. Na adolescência, foi convidada para participar de um movimento de juventude indígena apoiado por uma ONG paulista.
Nele, promoveu atividades de fotografia e oficinas de documentário a jovens do local, além de participar da elaboração de um jornal comunitário. Em 2009, mudou-se para a Bahia e integrou uma rede de comunicação indígena maior, onde conheceu Alexandre, pernambucano. Juntos, decidiram “caminhar com as próprias pernas” e criar o Olhar da Alma.
A mudança para Jatobá sertão de Pernambuco foi devido ao fomento do poder público estadual, através do Funcultura.
Redação Portal Jatobá
Com informações do Diário de Pernambuco/ Jornal do Comércio,