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Jatobá: Pankararus denunciam novas ameaças contra indígenas

Jatobá: Pankararus denunciam novas ameaças contra indígenas

Situada nos municípios de Jatobá, Petrolândia e Tacaratu, no Sertão pernambucano, a reserva indígena Pankararu foi criada em 1942, ano em que a Fundação Nacional do Índio (Funai) reconheceu a existência de povo indígena no local. A demarcação das terras é uma luta travada por mais de 70 anos. São mais de 30 de batalha judicial para a retirada da população que não é da mesma etnia. A última decisão de desocupação saiu no dia 8 de março de 2018.

Segundo o diretor do Núcleo de Estudo e Pesquisa de Etnicidade da Universidade Federal de Pernambuco, Renato Athias, a demarcação das terras Pankararu tem registros públicos datados de 1938. “De 1938 para cá elas estão sendo cada vez mais não só requisitadas pelos índios, porque eles têm direito, mas essas terras fazem parte de um conjunto de terras Pankararu dessa região”, disse.

Depois de anos de trâmites judiciais, no dia 13 de setembro de 2018, a Polícia Federal de Pernambuco realizou a Operação Pankararu. A ação desocupou 12 imóveis na localidade e devolveu a posse das terras aos índios.

Denúncias

Sob constantes ameaças de invasores às terras, há tempos o povo Pankararu não sabe o que é viver em paz. No final de julho, uma placa foi instalada dentro do território demarcado onde estavam escritos mais de 10 nomes de indígenas marcados para morrer.

Um indígena, que prefere não se identificar por questão de segurança, ainda afirma que até escolas e posto de saúde foram atacados como forma de intimidação ao povo Pankararu. “Vez ou outra eles voltam, à noite, encapuçados, armados, colocam fogo nas escolas, numa igreja, dois postos de saúde, destruíram a rede de abastecimento de água. Estamos sem água desde 2017. E agora eles retornam com ameaças. Isso é uma forma de tentar retornar ao território, só que eles não vão intimidar o nosso povo. Nós não vamos nos calar, não vamos nos intimidar com a pressão que eles têm feito”, afirmou.

Diante de toda a insegurança vivida, o indígena afirma não querer vingança. Deseja apenas justiça para o povo Pankararu. “Nós não queremos nos sujar, nos igualar a esses vândalos. Pedimos à Justiça, aos órgãos de controle que intervenham”, disse.

Procurada pela reportagem da Rádio Jornal, a Polícia Federal de Pernambuco informou que só pode se pronunciar depois de receber dos Pankararus denúncias de casos concretos.

 

Fonte: Rádio Jornal

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