Irmã de Marielle sofre ameaças após prisão de Silveira: “Não vou me calar”
Após quase três anos do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) e do motorista Anderson Gomes, Anielle Franco, irmã da ex-parlamentar e diretora executiva do Instituto Marielle Franco, clama por justiça.
Além de todo o imbróglio envolvendo a execução de Marielle, ocorrida em 14 de março de 2018 – e sem solução –, a família ainda precisa lidar com ameaças de morte e piadas de ódio promovidas por grupos bolsonaristas nas redes sociais.
Em episódio mais recente, Anielle contou que recebeu ameaças, nesta semana, após a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-SP). Ele ficou famoso durante as eleições de 2018, depois de quebrar uma placa com o nome de Marielle. Segundo a irmã da deputada, o instituto tem sido alvo de apoiadores do parlamentar.
“Nessa semana, recebi algumas ameaças nas minhas redes sociais. Pessoas destilando ódio em mim por conta da minha irmã. E esse crime que continua aí sem solução, sem saber quem mandou matar Marielle e porquê”
ANIELLE FRANCO, IRMÃ DE MARIELLE
Para ela, a parte mais difícil é fazer as pessoas conseguirem distinguir opinião política de valores humanos. “O que me deixa em choque, é ter que manter o posicionamento de pedir empatia e de que entendam que o elogio à política não tem que ser maior do que os valores humanos. É inadmissível que a Mari tenha sido assassinada da maneira que foi. E façam piada de ódio”, falou.
Anielle repudiou o que chamou de “ataques às instituições democráticas”, através de discursos de ódio. Ela ainda disse que não vai se calar diante das ameaças que esses grupos vem promovendo. “Eu retifico que ideologia política não pode ser maior do que valores humanos. Não ficaremos em silêncio por nenhuma ameaça e frase de ódio que venha a chegar nas nossas redes sociais”, disse.
Segundo a irmã de Marielle, é inadmissível que estejamos em pleno 2021 tendo que falar sobre cada pessoa pensar como quiser.
“Por trás da Marielle existe uma família que sofre. O instituto Marielle está aí para manter esse legado de pé. Eu, enquanto diretora, não vou me calar. A gente se fortalece ao mesmo tempo que a gente tenta pedir empatia. Eu acredito muito no diálogo. Essa é a hora de se unir para deter o fascismo”, finalizou.