Tech Zone

Homem que alega “fraude” nas eleições não é servidor do TSE e admitiu ter mentido nas redes

Homem que alega “fraude” nas eleições não é servidor do TSE e admitiu ter mentido nas redes
Imagem: Reprodução/G1

Homem que alega “fraude” nas eleições não é servidor do TSE e admitiu ter mentido nas redes – O vídeo no qual um homem alega, sem provas, ter ocorrido “fraude nas urnas” nas eleições de 2022 não foi gravado por um ex-servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exonerado pelo ministro e presidente da Corte, Alexandre de Moraes.

A pessoa que aparece na gravação, compartilhada centenas de vezes nas redes sociais desde 24 de novembro de 2022, diz trabalhar como caseiro e afirmou ter feito acusações falsas na gravação viral. O nome dele tampouco aparece na lista de servidores do órgão.

“Esse é aquele rapaz que o Xandão demitiu do TSE”, escreveram usuários ao compartilhar o vídeo no Facebook, Kwai, Twitter, Instagram e TikTok.

Alegação semelhante também foi encaminhada ao WhatsApp do AFP Checamos, para onde os usuários podem enviar conteúdos vistos em redes sociais, caso duvidem de sua veracidade.

Captura de tela feita em 28 de novembro de 2022 de uma publicação no Facebook ( .)

No vídeo que circula nas redes, o homem afirma ter provas de que Jair Bolsonaro (PL) foi eleito no 1º e no 2º turno do pleito presidencial de 2022. Ele acrescenta, ainda, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, teria até o dia 20 de dezembro para fazer uma declaração pública a esse respeito.

“O STF, com o partido ali do PT e outros partidos, há muitos anos vêm roubando a nação brasileira. Há muitos anos vêm fraudando as eleições. Ninguém conseguia tirar esse partido do poder. Ninguém conseguia! Até que Deus mandou um que acabasse com essa farofa”, ele continua.

Em 30 de outubro de 2022, o Tribunal anunciou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições gerais.

Uma busca pelo nome de usuário que aparece no registro leva a um perfil no Kwai. Na página, Eder Lima, homem que é visto na gravação, publicou vídeos (1, 2, 3) admitindo que usou alegações falsas no conteúdo viral com o objetivo de ganhar curtidas e seguidores.

Nas gravações, o homem diz: “Estão dizendo por aí que eu sou o ex-funcionário do TSE que o rapaz mandou embora, nunca trabalhei no TSE, nem sei quem é Alexandre de Moraes […] Tudo o que está nesse vídeo aqui é mentira, fake news, só pra conseguir seguidores”.

E continua: “Eu fiz essas afirmações dizendo que tinha prova, que tinha código-fonte […] nada disso é real. Simplesmente eu queria ganhar seguidores, ganhar curtidas […] e, infelizmente, eu produzi uma fake news”, reconhece. Na sequência, ele ainda afirma que trabalha como caseiro.

As descrições de algumas publicações afirmam que ele seria um homem que foi exonerado pelo TSE, o que parece ser uma referência ao servidor que foi forçado a deixar o cargo no último dia 25 de outubro.

O servidor era responsável pelo recebimento das propagandas eleitorais e disponibilização delas no sistema. À Polícia Federal (PF), ele acusou o Tribunal de tê-lo demitido por ter relatado aos seus superiores inconsistências na veiculação de propagandas na campanha de Bolsonaro — o que foi negado pelo TSE.

Mas, como visto na portaria que publicou a sua exoneração, o servidor em questão era Alexandre Gomes Machado, e não Eder Lima, o homem que aparece no vídeo viral.

Em seu site, o Tribunal Superior Eleitoral informou que “a pessoa que aparece na gravação não fez parte do quadro de servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs)”.

O órgão também afirmou que “é mentirosa a afirmação de que houve fraude ou manipulação do código-fonte que dá os comandos ao sistema eleitoral. Isso porque antes das Eleições Gerais de 2022, as linhas de programação ficaram abertas para inspeção das entidades legitimadas a fiscalizar o pleito durante um ano”.

O AFP Checamos já verificou diversas narrativas que questionam o resultado do pleito eleitoral e o funcionamento das urnas eletrônicas (1, 2, 3).

Este conteúdo também foi verificado pelo Aos Fatos.

 

Portal Jatobá

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *