CASO HENRY: Henry relatou à avó agressões dias antes de morrer
O menino Henry Borel Medeiros contou que sofria maus tratos à avó materna, Rosângela Medeiros, e à babá, Thayná de Oliveira, cinco dias antes de seu assassinato, aos 4 anos de idade, em 8 de março.
“O tio me machuca”, disse o garoto na chamada de vídeo do dia 3 de março, se referindo ao padrasto, o médico e vereador pela cidade do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho. As informações são do jornal O Globo.
O vereador e a mãe de Henry, Monique Medeiros da Costa e Silva, foram presos na manhã da última quinta-feira (8) e serão investigados por homicídio doloso duplamente qualificado –por emprego de tortura e pela impossibilidade de defesa da vítima.
Em entrevista ao jornal carioca, Leniel afirmou ter notado que o filho não estava bem.
“Ele atendeu todo tristinho. Eu perguntei o que houve. Ele me disse: ‘Papai, eu não quero ficar na casa nova da mamãe’. Eu perguntei o que tinha acontecido, e ele respondeu: ‘O tio me machuca’. Aí eu disse: ‘Vocês estão vendo aí que não é coisa da minha cabeça? Vocês não falam que sou eu que estou manipulando o Henry para falar isso?”, disse.
Segundo ele, Henry já havia falado a mesma frase em um final de semana em fevereiro. Após a chamada de vídeo com o filho, Leniel disse que trocou mensagens de texto com a ex-sogra, com quem tinha uma relação de confiança e amizade. Ela, no entanto, não demonstrou preocupação, segundo ele.
“Durante a ligação [por mensagem do WhatsApp], dona Rosângela disse: ‘Leniel, esquece isso. O Henry é muito inteligente! Ele está fazendo isso por causa da nova casa, pois ele não quer ficar lá. Inclusive a Thayná está do meu lado e disse que ela fica com o Henry o dia inteiro e só sai quando a Monique chega. Quando a Monique chega, ela dorme com ele”, contou.
Leniel disse que recebeu uma ligação de Monique uma hora após conversar com a ex-sogra.
“Ela me ligou para dizer que o Henry estava morrendo de saudades de mim. Eu disse que também estava e que iria buscá-lo no fim de semana. Aí ela me disse que o Henry contou que o ‘tio’ machucava ele. Eu comentei que havia acabado de falar isso com a mãe dela. Ela, então, falou: ‘Tira isso da cabeça que isso não acontece. Inclusive, a Thayná só sai quando eu pego o Henry. Ele passa poucos momentos em contato com Jairinho, porque ele chega muito tarde da Câmara. Ele nem tem contato com ele’.”
“Aí eu disse que, a partir do momento que eu visse uma marca no meu filho, a nossa conversa seria diferente”, afirmou o pai de Henry.