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Anvisa aprova medicamento inovador para câncer de pulmão

Anvisa aprova medicamento inovador para câncer de pulmão
câncer de pulmão

Anvisa aprova medicamento inovador para câncer de pulmão – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta segunda-feira (25) a aprovação do medicamento Alecensa, que promete revolucionar o tratamento do câncer de pulmão em estágio inicial.

Desenvolvido pela Roche, o remédio utiliza a molécula alectinibe para reduzir os riscos de recorrência da doença em 76%.

O avanço no tratamento do câncer de pulmão em fase inicial

O Alecensa já era conhecido por seu uso em casos avançados de câncer de pulmão, mas agora passa a ser uma opção para pacientes com o tipo não pequenas células ALK-positivo diagnosticado precocemente. Dados do The New England Journal of Medicine confirmam que, após três anos de tratamento, nove em cada dez pacientes permaneceram livres da doença.

Essa nova indicação é especialmente importante, considerando que aproximadamente metade dos casos de câncer de pulmão em estágio inicial apresenta recidiva mesmo após cirurgia e quimioterapia.

Por que o Alecensa é tão promissor?

  • Redução significativa do risco: O medicamento diminui em 76% a chance de recorrência ou morte em pacientes tratados.
  • Eficácia comprovada: Estudos realizados em 27 países avaliaram a segurança e a eficiência do Alecensa em comparação à quimioterapia tradicional.
  • Foco na prevenção de metástases: A terapia também reduz a probabilidade de metástases cerebrais, especialmente em jovens com mutação no gene ALK.

O impacto do câncer de pulmão no Brasil

O câncer de pulmão é a quarta neoplasia mais comum no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). É também a que apresenta a maior taxa de mortalidade. Cerca de 85% dos casos diagnosticados no país são do tipo não pequenas células, e, dentro desse grupo, aproximadamente 5% possuem a alteração genética ALK.

Esse perfil genético afeta, em sua maioria, pessoas jovens com histórico leve ou inexistente de tabagismo. Por isso, estratégias de rastreamento são cada vez mais urgentes.

Necessidade de políticas públicas

Atualmente, quase 90% dos diagnósticos de câncer de pulmão no Brasilocorrem em estágios avançados ou metastáticos, onde o tratamento é mais difícil. Michelle França, líder médica da Roche, destaca a importância de uma política nacional de rastreamento, semelhante à existente para o câncer de mama, para identificar casos em fases iniciais e melhorar os desfechos.

O que esperar do Alecensa no Brasil?

Embora a aprovação do medicamento represente um avanço, ele ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). A Roche informou que pretende solicitar sua inclusão no futuro, mas não deu um prazo.

Enquanto isso, a nova aprovação da Anvisa coloca o Alecensa como a primeira terapia-alvo para câncer de pulmão não pequenas células ALK-positivo em estágio inicial. O impacto dessa decisão pode transformar as perspectivas de pacientes diagnosticados precocemente e diminuir significativamente a taxa de mortalidade associada a essa doença.

Este avanço é um marco na luta contra o câncer de pulmão, destacando a importância da pesquisa científica e do investimento em tecnologias de saúde para salvar vidas.

O que é o câncer de pulmão?

O câncer de pulmão é um dos tipos de câncer mais agressivos e de maior impacto mundial, sendo responsável por cerca de 1,8 milhão de mortes ao ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele ocorre devido ao crescimento descontrolado de células malignas no tecido pulmonar, que pode se espalhar para outras partes do corpo (metástases).

Principais tipos de câncer de pulmão

Existem dois grandes grupos de câncer de pulmão:

  1. Câncer de pulmão de pequenas células (CPCP):
    • Representa cerca de 10% a 15% dos casos.
    • Cresce e se espalha rapidamente, sendo mais agressivo.
    • Fortemente associado ao tabagismo.
  2. Câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC):
    • Responde por 85% dos casos.
    • É menos agressivo e pode ser tratado cirurgicamente em estágios iniciais.
    • Subtipos: adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas e carcinoma de grandes células.

Principais causas e fatores de risco

O tabagismo é o principal fator de risco, responsável por até 85% dos casos. Entretanto, não fumantes também podem desenvolver a doença devido a:

  • Exposição ao fumo passivo;
  • Poluição do ar;
  • Exposição a substâncias químicas (amianto, radônio e arsênico);
  • Fatores genéticos;
  • Histórico de outras doenças pulmonares, como enfisema.

Sintomas comuns

O câncer de pulmão é conhecido por ser silencioso em estágios iniciais, mas, à medida que evolui, pode apresentar sintomas como:

  • Tosse persistente;
  • Dor no peito;
  • Dificuldade para respirar (dispneia);
  • Escarro com sangue (hemoptise);
  • Rouquidão;
  • Perda de peso inexplicada.

Por ser difícil de detectar precocemente, a doença geralmente é diagnosticada em estágios avançados, o que reduz as chances de cura.

Diagnóstico e tratamento

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do câncer de pulmão pode incluir:

  • Radiografia de tórax;
  • Tomografia computadorizada (TC), que detecta lesões menores;
  • Biópsia, para confirmação do tipo de tumor;
  • PET scan, para verificar a extensão da doença;
  • Exames moleculares para identificar mutações genéticas específicas (como ALK ou EGFR).

Opções de tratamento

O tratamento depende do tipo e do estágio da doença, além das condições de saúde do paciente. As opções incluem:

  1. Cirurgia:
    • Indicado em casos localizados;
    • Pode incluir a remoção parcial ou total do pulmão afetado.
  2. Quimioterapia:
    • Usada em estágios mais avançados ou após a cirurgia para destruir células remanescentes.
  3. Radioterapia:
    • Auxilia na redução de tumores inoperáveis ou em metástases.
  4. Terapias-alvo:
    • Tratamentos como o Alecensa atacam alterações genéticas específicas, sendo eficazes em casos com mutações.
  5. Imunoterapia:
    • Estimula o sistema imunológico a combater as células tumorais, apresentando bons resultados em certos tipos de câncer de pulmão.

Prevenção do câncer de pulmão

Estratégias para reduzir o risco

Embora nem todos os casos possam ser prevenidos, há medidas eficazes para diminuir as chances de desenvolver a doença:

  • Parar de fumar: O tabagismo é a principal causa evitável de câncer de pulmão.
  • Evitar o fumo passivo: Ambientes livres de cigarro são fundamentais.
  • Reduzir a exposição a poluentes: Trabalhar em ambientes seguros e evitar contato com substâncias tóxicas.
  • Rastreamento precoce: Pessoas com histórico de tabagismo ou fatores de risco devem realizar exames periódicos, como a tomografia de baixa dose (TCBD).

O câncer de pulmão é um desafio global que demanda conscientização, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos avançados. A aprovação de medicamentos inovadores, como o Alecensa, é uma esperança para melhorar as taxas de sobrevivência e proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes.

 

Redação Portal Jatobá

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