Presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi ignora alertas da China e chega a Taiwan
Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, ignora alertas da China e chega a Taiwan na manhã desta terça-feira (2).
Avião com a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, pousou em Taipei, capital de Taiwan, na manhã desta terça-feira (2).
A chegada da deputada havia sido confirmada pelo The New York Times pouco antes. O jornal citou que membros da polícia taiwanesa e parlamentares locais estavam “informados sobre a visita”.
A visita, de mais alto nível de uma autoridade norte-americana em 25 anos, estabelece “um impasse tenso com a China”.
O desembarque irrita Pequim e parece uma provocação gratuita. A Casa Branca se esforça para desvincular a decisão de Pelosi do governo Joe Biden, mas as consequências diplomáticas são imprevisíveis.
A China advertiu repetidamente para Pelosi não fazer a visita. Os EUA, por sua vez, pediram a Pequim para não fazer do momento uma crise.
A visita de Nancy Pelosi à ilha de Taiwan é uma provocação desnecessária que apenas aumenta a tensão mundial, já alta desde o início da guerra da Ucrânia em 24 de fevereiro.
Horas antes de se saber se o avião com a deputada pousaria ou não, Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, avisou que “a China adotará seguramente contramedidas decididas e fortes em defesa de sua soberania e integridade nacional”.
Ele disse que os EUA precisam respeitar o princípio da China Única. E desse modo manter a promessa de Joe Biden de que não apoiaria a independência de Taiwan.
Visita de Nancy Pelosi a Taiwan é provocação
Aliada dos chineses, a Rússia expressou sua interpretação de que a ação de Pelosi é uma provocação mesmo antes da confirmação de que o avião da parlamentar pousaria em território taiwanês. “Washington desestabiliza o mundo.
Não tem um único conflito solucionado nas últimas décadas, mas muitos provocados”, afirmou Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo.
Pequim considera Taiwan parte inseparável do território chinês desde a Antiguidade. Após a guerra civil na China, e com a vitória comunista de Mao Tsé Tung, os derrotados se refugiaram em Taiwan.
Então a ilha passou a ser governada por um regime rebelde. Desde 1973, as Nações Unidas reconhecem o governo central da República Popular da China (de Mao) como o único legítimo de toda China única.
Os Estados Unidos reconhecem a China Única. Mas usam sua política conhecida de desestabilização de regimes não alinhados, fornecendo armas e treinamento aos “aliados” de Taiwan.
Para Pequim, “o princípio de uma só China é uma norma das relações internacionais e um consenso universal na comunidade internacional”.
Terceira na hierarquia dos EUA
Pelosi é a terceira pessoa mais poderosa na linha sucessória dos Estados Unidos, só atrás do presidente Joe Biden e da vice, Kamala Harris.
Em termos diplomáticos, o pouso em Taiwan de uma aeronave com a deputada a bordo pode ser interpretado por Pequim como uma invasão ao território chinês.
Por isso, a simples possibilidade de Pelosi descer na ilha sem autorização de Pequim já era vista como séria provocação.
Biden se colocou contra a “visita”, mas por outro lado a Casa Branca condenou as ameaças chinesas.
“Se o avião de Pelosi entrar em nossa área de exercícios, nós teríamos de tomar medidas para ejetar, interceptar, escoltar e enviar um aviso de rádio”, afirmou o especialista militar Fu Qianshao, citado pelo jornal Global Times, alinhado ao governo chinês, antes da confirmação.
Pelosi saiu da Malásia na noite da mesma terça-feira (no horário local) para prosseguir seu giro pela Ásia sem divulgar aonde iria.
A China alertou que Washington “pagará o preço” se a deputada aterrissasse em Taiwan e Pequim intensificou exercícios militares no Mar do Sul da China, nas cercanias do Estreito de Taiwan, que separa a ilha do continente.
Fonte: Rede Brasil Atual