Atentado no Afeganistão nesta quinta-feira (26/08) deixa 12 soldados Americanos mortos e dezenas de feridos
Atentado no Afeganistão deixa ao menos 12 soldados americanos morreram e outros 15 ficaram feridos nas duas explosões no aeroporto de Cabul nesta quinta-feira, confirmou o general Kenneth McKenzie, chefe do Comando Central dos Estados Unidos durante uma entrevista coletiva.
Segundo McKenzie, informações preliminares apontam que o ataque teria sido realizado pelo braço afegão do Estado Islâmico, conhecidos pela sigla em inglês Isis-K e inimigo comum de Washington e do Talibã.
Os 12 militares americanos mortos nesta quinta são os primeiros a morrerem no país da Ásia Central desde fevereiro de 2020 — desde o início da invasão, em janeiro de 2001, o número de militares mortes se aproxima de 2,4 mil. As mortes ocorrem a cinco dias do prazo final para que os americanos e seus aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), retirem seus combatentes do solo afegão após a invasão de 20 anos.
Os ataques desta quinta só acentuam uma já caótica situação no aeroporto, que é controlado pelos americanos: com voos civis interrompidos, poucos afegãos conseguem sair, já que a prioridade de remoção é para cidadãos estrangeiros e afegãos que trabalharam para as forças da Otan e receberam vistos dos países da aliança militar ocidental.
Cerca de 104 mil pessoas foram removidas do país, mas milhares ainda esperavam do lado de fora quando as explosões ocorreram. As operações de resgate, disse McKenzie, devem continuar até que “sejam encerradas no fim do mês” e estão preparadas para seguir en frente perante riscos de segurança.
A primeira explosão ocorreu nos arredores do Portão Abbey, o principal local de acesso ao aeroporto, e foi seguida por uma troca de tiros. A segunda detonação, a pouco metros da primeira, ocorreu “no Hotel Baron ou perto de lá”, prédio bastante usado por diplomatas americanos e britânicos. A a situação atual é volátil, alertou o Pentágono, e novos ataques são esperados, como é comum no modus operandi do Isis-K.
A teoria mais provável, disse McKenzie, é que o homem-bomba se autodetonou enquanto passava pelo posto de segurança dos militares americanos, mas que não chegou a ingressar no perímetro do aeroporto. Ameaças anteriores de ataques, disse o general, podem ter sido barrados pelo Talibã, responsável pela segurança ao redor do local.
O grupo, ele afirmou, é responsável por fazer uma checagem prévia antes de permitir a chegada de pessoas à região onde estão as tropas estrangeiras, mas que não há indícios de que os fundamentalistas deixaram os homens-bomba passarem intencionalmente. Antes do ataque, ele lembrou, “100 mil pessoas passaram” em segurança.
Surgido em meados de 2014, o Isis-K tem como base ex-integrantes de um grupo igualmente radical, o Tehrik-i-Taliban, Movimento dos Estudantes, do Paquistão, presente em áreas de fronteira entre os dois países. Ele segue um modelo similar ao de outras células — chamadas de províncias — do Estado Islâmico pelo mundo: uma relativa independência da liderança do grupo, baseada na Síria e no Iraque.
Há dias, líderes ocidentais, inclusive o presidente dos EUA, Joe Biden, apontavam o risco de ataques no aeroporto, mas os alertas ganharam nova dimensão na noite de quarta-feira. Diversos países e o próprio Talibã destacaram que havia ameaças “muito críveis” do Isis-K e emitiram alertas para que os civis deixassem o aeroporto. Perante os riscos, vários países europeus já haviam suspendido a retirada de pessoas do Afeganistão.